quinta-feira, 30 de abril de 2009

Um Pouco de Tudo III

Leia também: Parte I | Parte II

A escuridão me envolvia num abraço gélido e sem sentidos. Não podia me mover, nem sequer formular um pensamento claro. Era apenas eu e o infinito negro, que lentamente me indicava um caminho a seguir.

Minha consciência foi a primeira coisa que recebi, e me surpreendi com a sobriedade das frases e lembranças que me vinham. Nada da turva visão do álcool me segurava. Em seguida, pude sentir toda a extensão do meu corpo, que estava sobre um leito acolchoado, embora duro. Eu ainda não podia me mover, era como se o esforço necessário para isso fosse superior às minhas reservas de energia...

Num piscar de olhos todas as memórias me vieram: da infância ao instante em que desfrutei daquele corpo branco, louro, de detalhes róseos; e de mais corpos; e de mais bares; e do jazz; do whisky; das agressões; sangue na cabeça; sarjeta se aproximando... dor! O susto foi tão grande que, de sobressalto, abri meus olhos, e a escuridão foi substituída por uma imensidão branca e estéril.

Luz. Finalmente luz. Eu estava vendo luz, mas ela cobria tudo e todos os lados, não me dando mais espaço que a escuridão me permitia. E este simples ato de abrir os olhos me consumiu mais das energias do que atravessar o Atlântico à nado, senti minha cabeça doer, meu corpo reclamar... e junto com isso uma voz sussurrou em meu ouvido uma frase.

Antes de voltar à inconsciência escura e impessoal, eu ouvi algumas palavras como: “hospital”, “acidente”, “embriagado” e “ficará tudo bem”. Eu não sei o que está acontecendo agora, mas as últimas palavras vindas de qualquer lugar me garantirão um pouco de sossego. Finalmente.

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Pucci: Obrigado! ^^
Pimentinha: Nossa! o.O Eu não conhecia Rubem Fonseca (por nome), só algumas obras... prometo me inteirar mais do assunto, obrigado pela dica! ;)
Coisinha: *envergonhado* Obrigado! ^^ Confesso que adoro sua forma de escrever também.

terça-feira, 28 de abril de 2009

Um pouco de tudo II

[continuação do texto postado anteriormente]

As ruas escuras acalentam minha embriaguez, oferecendo o breu para que eu esconda meus olhos vermelhos sob seu manto. Caminhar sem rumo, sem destino, até um dos próximos bares, talvez me fará bem. Não sinto o frio, nem os socos que tomei. Nem sequer sinto pena de mim. Sinto apenas o gosto do whisky barato que “degustei” a pouco... desejando encontrar um pouco mais em minha saliva.

A saliva corre pela minha boca trazendo partículas de outras coisas que ainda experimentei nessa noite. Uma pele branca, lisa, que cobria peito, costas e um belo par de nádegas. A pele rosada que envolvia seus segredos, mamilos e os lábios. Ainda sinto na boca o amargo gosto do perfume daquela nuca de cabelos suavemente louros e ainda ouço a respiração ofegante daquele par de pulmões que esteve colado ao meu. Fecho os olhos, levo a mão a boca, e degusto minha saliva uma vez mais...

Bobagem!

Sacudo a cabeça, sorrindo, levando a mão aos cabelos, agora empapados do lado esquerdo. Seria a garoa, o frio? Não... era um pouco de sangue. “VADIOS” – eu grito, como se pudesse voltar quatro quarteirões, reaver minha carteira, meu dinheiro, minha jaqueta de couro, minha dignidade de homem. As vezes tão bela, hoje a noite me reservou desastres em cadeia.

É melhor continuar caminhando pelo breu, mantendo o pouco brio.

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Pucci: Obrigado! ^^ "Um pouco de tudo" vai trazer um pouco de tudo, inclusive de mim. Você sabe... Espero que continue gostando... ;)
Pimentinha: Obrigado pela visita, Pimentinha. Espero que continue curtindo...

domingo, 26 de abril de 2009

Um pouco de tudo

Mais uma dose. É só o que eu sei pedir. A madeira sob meus braços e o copo sobre ela é todo o meu universo. Nem me questiono sobre o talento dos rapazes que tocam jazz na banda... meu foco é a dose, o balcão, o garçom e minhas lembranças. Fica tudo tão fosco quando visto através do álcool, que seus demônios parecem ridiculamente inofensivos...

O perfume que invade meu nariz é tão vagabundo, que de certa forma me lembra que não estou onde eu realmente queria. Pisco mais de uma vez e vejo que se trata dos cabelos dela. É apenas mais uma, seduzida pela minha jaqueta de couro e sorriso malicioso. Não sei por que essa vadia não para de me beijar, será que ela não vê que não é ela quem eu queria? Mas como não costumo dizer o que penso, apenas sorrio novamente, derretendo seu coração cigano, e beijo-a novamente.

Aquele passar de língua nos lábios, conduzindo minha língua para os lábios seus, e a mordida no meu lábio inferior, repentinamente me lembram o que eu quero esquecer. E eu a afasto com um empurrão, que quase a joga no chão. Volto para meu balcão e bebo do copo num gole só, e peço mais.

Aborrecida, a vagabunda parte para cima de mim, xingando, chorando e me chamando de nomes que nem consigo lembrar. A banda não para, e isso põe um bizarro som de fundo para toda aquela cena, que eu jamais vou esquecer. Definitivamente, jazz não combina com vagabundas que gritam! Mas eu não ligo.

Pego minha jaqueta e deixo o bar. Andar pelas ruas de madrugada, de repente, se tornou um vício...

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Pucci: Pânico? Quem falou em pânico? o.O *arrancando os cabelos*
Da Silva: O que fode, é que isso vem parar justo aqui, no meu bolso! rsssss
Duas Caras: Valew! ^^ Agora alguém avisa os americanos que isso é idéia de jirico?

sexta-feira, 24 de abril de 2009

A Crise

Toda a galera lá dos States resolveu fazer farra com a grana que recebia, e em troca, dava a casa como garantia. Parece idéia de jirico, mas não: são hábitos de 1º mundo. Sabe qual foi o resultado disso? Hora que a negada toda precisou de dinheiro vivo, tutu na mão, o pingadinho do mês, eles tinham só um monte de papeizinhos onde estava escrito “no caso de eu não pagar, fique com a minha casa”... e isso gerou um grande colapso, que por sua vez, derrubou o mundo! Como o infeliz vai vender a casa do caloteiro pra reaver o dinheiro se, além de estar todo mundo sem dinheiro vivo, o cara ainda prometeu o mesmo teto pra mais outros credores?

O efeito dessa crise se alastrou pelo mundo feito uma doença, um veneno, fazendo a economia suar frio e tremer numa maca qualquer, jogada num corredor qualquer, de um hospital qualquer, na fila do SUS. E, como eu sou um cara muito do “muderno”, e não gosto de ficar longe das coisas que estão “na moda”, eu também contraí essa doença chamada “Crise”.

O governo injetou grana na sociedade pra galera poder honrar suas dívidas, mas parece que na lista de beneficiados alguém riscou meu nome. A grana não chega até mim de jeito nenhum. Tenho cerca de três trabalhos pendentes e simplesmente não consigo terminar, logo o din-din não vem – cabeça cheia de preocupações não combina com Departamento de Criação Publicitária.

Preciso de um tênis novo – o meu único par já se partiu em 4. Sabe aquela imagem que aparece em manual de equipamentos desmontáveis, onde se vê todas as peças posicionadas para serem encaixadas (vista explodida)? É assim que meu tênis fica quando ando. Acabo de quebrar meus óculos – que eu não trocava desde 2005, por falta de grana. Aqui na minha cidade, a consulta com o oftalmo custa mais de 10% do meu salário [Oh, Fuck!], e os óculos me custarão mais de 50% do meu salário [Shit!]! E pra ajudar, um dos companheiros da república vai embora semana que vem, o que significa que ao racharmos as despesas, tudo vai ficar mais caro [Suicide!]...

E tudo isso por que um desgraçado achou que era uma boa idéia inventar a tal da “compra fiada”...

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Pucci: Owwnnn... fico feliz que você não se importe que eu mude tanto! ^^ Então vou mudar pra sua casa, Mah! Vou precisar de abrigo depois dessa situação toda... =(
Duas Caras: Limite em todos os sentidos, meu caro. Mais um pouco e você terá um amigo SURTADO! o.O

[Cult Mode: ON]Nota: a imagem que ilustra este post é uma paródia do quadro "O Grito", de E. Munch.[Cult Mode: OFF]

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Ode à Espera por Mudanças

Mudei meu cabelo, meu jeito, minha fala, minhas manias, minha voz, meu corpo, meus pensamentos, meus amigos, minhas roupas, minhas metas, meus sentimentos, meus pressentimentos, minhas emoções, minhas idéias, meus gostos, minhas tristezas, minhas alegrias, minhas prioridades, meu olhar, meu toque, meu abraço, meu beijo, meu sexo, meu desejo, minha vontade, minha posição, meu posicionamento político, meus hábitos, meus móveis, minha casa, minha cara, minhas verdades, minhas mentiras, minha alimentação, meus gastos, meus investimentos, meus planos, minha raiva, minha devoção, minha fé, minhas críticas, meus elogios, minhas qualidades, meus defeitos, minha visão, minha profissão, meus talentos, meu perfil, meu orkut, meu e-mail, meu MSN, meu website, meu acesso, minha audiência, minha freqüência, meu bate-papo, minha rádio, meu CD, meu DVD, meus filmes, meus shows, meus desenhos, minhas séries, meus lençóis, minhas fronhas, meus travesseiros, meu colchão, meus tapetes, minhas cortinas, meus cadarços, minhas baterias, meu celular, meu apartamento, meu comportamento, minhas atitudes, meus sabores. Mudei tudo. Mudei de mundo. E ainda assim, sou eu. E sou história. E sou tristeza e dor, e alegria e esperança, principalmente de que um dia vai chegar, e a mudança verdadeira vai aparecer.

Nesse dia terei mudado, pra valer e pra todo mundo ver, de dentro de mim para dentro de um “você”. E este “você” se tornará meu novo “meu”... e tudo mudará novamente.

Ao som de SEGREDOS (Frejat).

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Pucci: É sim, Senhorita! Eu te conheço muito bem para afirmar que é forte sim!
Duas Caras: Estereótipos, né!? Todo mundo tenta se encaixar num perfil, jeito de ser, e os mais comuns são os papéis pré-definidos como "homem" ou "mulher". O segredo é não pertencer a nenhum deles... é ser você!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Quem foi que disse que sou forte?

“Sim, nós somos fortes. Lapidados como a mais dura pedra de diamante, nos tornamos figuras inquebrantáveis, inabaláveis, intrépidos. Não há peso ou impacto capaz de nos ferir, ou sequer nos arranhar. Somos fortes!” – este é o rótulo que nós, humanos orgulhosos, ostentamos com muito amor.

Quando nos ferem, nos revoltamos. Quando nos atacam, contra atacamos. Quando nos perseguem, tiramos satisfação. Quando bradam, bradamos mais alto ainda. E quando nos ofendem, somos implacáveis para oferecer uma ofensa à altura ou mais humilhante ainda. E, por fim, quando nos frustram, arrebentamos com o ego do infeliz com acusações incisivas. Por que somos fortes!

E feliz é aquele que não é forte. Feliz é aquele que não fere, não ataca, não persegue, não brada, não ofende... Por que nunca contra atacaremos estes pobres coitados fracos. Sempre tentaremos protege-los e guia-los. E sempre que eles nos atacarem, e levantarmos a mão para lhes desferir uma bofetada, veremos seus olhos cândidos e marejados de criancinha que aprontou e não sabia o que estava fazendo. Seremos piedosos, pois são mais fracos. E engoliremos as ofensas.

O pior problema dessa dinâmica é que existem muito mais fracos do que fortes neste mundo. E isso significa que, nós fortes, somos açoitados a todo o momento, e não podemos revidar (seria injusto). E a água bate tanto na pedra, que lentamente nos perfura, nos enfraquece, nos esfarela.

Por isso, lanço a campanha: “Cuidado Frágil” ou “Cuida de mim, por favor” – só temos a “cara” de forte, mas precisamos de cuidado também, senão seremos mais fracos que vocês... fracos. E quem irá lhes defender?

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Anônimo: É bom saber que meus talentos são reconhecidos. Obrigado! ^^

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Responsabilidade Social

Consequências. Esta é a força motriz da vida, pedra fundamental onde se erige o caráter e a índole do indivíduo. A consequência não está relacionada unicamente com o “efeito” de uma “causa”, ela vai além. Não se trata, portanto, de uma resposta, atitude ou emoção causada por um ato, pergunta ou pensamento... a consequência não se caracteriza pelo imediato. Ela fixa-se na pessoa e a carrega para outros nortes, desenvolve outras formas de ver o mundo.

Dessa forma é possível observar que nossa simples existência tem um impacto gigantesco na vida dos outros. O que falamos e fazemos, ou não falamos e não fazemos, geram pensamentos... e o pensamento é o precursor do ato. Ou seja: gera consequências.

Sou consequência daquilo que compreendi (ou quis compreender) diante daquilo que ocorreu em frente aos meus olhos. Resultado de uma equação inescrutável chamada vida. E como minha existência, ato, pensamentos e palavras, também são “causa” de outras consequências, sou o antes e o depois, em um.

Somos causa e consequência... de felicidade, de dor, de amor, de tristeza, de emoção, de reflexão, de apoio, de ajuda, de tédio, de singularidade, de talento, de sucesso...

Obs: Agradeço à nova gramática por tirar o trema da palavra consequência e não avisar meu Microsoft Word. ¬¬

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Pucci: Pois eh! E por isso que eu não deixo mais nada para resolver quando o sol nascer...
Cáh: Hummm... só busco não associar o dia com o ciclo do Sol. Ele gira gira gira... nunca nasce ou morre...

segunda-feira, 13 de abril de 2009

Quando a noite passa


“O Sol nasce para todos” – dito popular que tem um significado positivista muito interessante, geralmente é pronunciado quando se quer demonstrar que oportunidades legais e bons acontecimentos surgem para todos, mais cedo ou mais tarde. O Sol não é exclusividade de alguns.

Na contramão, o dito também pode significar que não importa o que se passe, não importa o quão ruim possam ser as coisas, é claro que o Sol vai voltar amanhã. Portanto, não adianta correr, desejar que o mundo pare durante a noite para que se possa curtir uma fossa. É como desejar que todos os problemas encontrem seu fim quando se morre... Por mais que se queira que o dia acabe às 00:00, e não continue mais... “o Sol nascerá para todos”, e você não será exceção.

Essa velocidade com que as coisas acontecem, incessantemente, me deixa um pouco sem ação. Vejo conceitos desmoronados sendo reconstruídos, novas formas de ver o mundo, novas regras do jogo, novos dilemas. Estou atravessando uma fase que, como o Sol, chega para todos, mas como todos, acreditei que no meu caso a vida fosse parar ali, às 00:00.

Neste [meu] relógio simbólico já são 6 da manhã e eu me vejo diante de todos os meus dramas, que ao contrario do que eu acreditei, não morreram com a meia-noite. Um novo dia começou, o Sol está surgindo, nada resolvido. Mas o fato de que o Sol nasceu para mim também e a promessa de que terei mais um dia para pensar e resolver, curiosamente, me confortou.

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Pucci (em Unsent II): A gente tem que se garantir, né? rss

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Unsent II

"Unsent" é uma musica da Alanis Morissette, onde ela canta trechos de cartas que ela nunca enviou. Abaixo está meu segundo "unsent", ou seja, coisas que escrevi... mas nunca enviei...

[...] E minha vida parece entrelaçada à sua até o final, assim como minhas opiniões parecem ser decifradas apenas por você. Acho que nunca existirá alguém que me entenda com tamanha perfeição e precisão, e tão rapidamente. Nunca houve enganos e maus entendidos entre nós. É uma pena que nossos caminhos tenham tomado rumos tão diferentes e, hoje, não tenhamos muito futuro.

[...] Me lembro do seu jeito cheio de respeito ao tratar comigo. Sua paciência e tolerância. Lembro das conversas, do tango, do piano e de Tchaikovsky. Mas saiba que eu soube que você não era realmente daquele jeito... porém, foi assim só pra mim. Então eu acho que no fim fui eu quem me aproveitei de você. E me faz bem, hoje, pensar assim.

[...] Eu sei que você tentou me curar, mas você não sabe disso. Foi eficiente nos primeiros cinco minutos, enquanto mostrava uma certa inocência, mas depois me deixou ainda pior. Sua voracidade me deixava sem fôlego, e isso não era necessariamente bom. Mas de qualquer forma foi muito bom conhecer você... agora sei que pessoas são muito mais do que a superfície que demonstram!

[...] O momento romântico à luz de estrelas não foi nada, se comparado ao seus olhos carinhosos debaixo do chuveiro. Mas eu chorei ao te ver me ignorando no dia seguinte, e depois, e depois, e depois... Quero que saiba que você foi sim importante pra mim: foi minha paixão mais infantil e curta, durou cerca de cinco dias e passou quando conheci outras três paixões, no sexto dia...

[...] Você pegou em minha mão e me mostrou que existe um parque naquela escuridão daquele clube. Me fez sentir um homem mais livre. Foi uma pena descobrir que você tinha “outros”... poderíamos ter vivido uma bela história. E veja bem, hoje eu tenho amigos, amores e muito mais, e você está aí... que ironia!

[...] Eu cresci com você. Foi bom caminhar ao seu lado enquanto eu não sabia do que você era capaz. Eu senti que morreria para que você pudesse brilhar. E me assustei com o fato de não ter valorizado minha vida. Ao seu lado eu senti o amor e as dores mais fortes de minha vida, e descobri que posso viver ainda que momentaneamente. Talvez um dia eu encontre alguém legal, especial, como você fez...


Meu primeiro "Unsent".

quarta-feira, 8 de abril de 2009

Reforma Ortográfica em HQ

Recebi esta HQ por e-mail. Pior é que eu fiz quase tudo isso, igualzinho! =S (Clique sobre a imagem para ver em tamanho ampliado)

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Duas Caras: Pois é! Tenho TOC por bloquear qualquer fechadura. Não posso ver uma chave em uma fechadura que eu a tranco. Assim faço com meu guarda-roupas, porta do quarto, janela, gavetas no serviço, tranco quase que inconscientemente... e naquele dia, eu esqueci! Como dizem: "Murphy não abandona seus filhos", né?
Pucci: Agora eu aprendi isso na carne, Mah! rsssss Depois de me verem naquela posição, acho que perdi toda a minha moral dentro da república! rssss

terça-feira, 7 de abril de 2009

People Around Me III

Eu praticando Wu Qin Chi em meu quarto, quando o Amigo abre a porta repentinamente.

[Amigo]: Oh véio, vamo... *olhar assustado* Que porra é essa?
[Eu]: *concentrado, assustado e envergonhado, paralisado na posição do “louva-a-deus-desembestado-abraçando-a-China”, olhando pra cara dele*
[Amigo]: Eu... vim... te chamar pra tomar um... tereré... mas... *olhar ainda mais assustado, tentando entender onde foi parar meu braço naquela posição*
[Eu]: *constrangido, em silêncio, ainda paralisado na posição do exercício e olhando pra ele*
[Amigo]: Eu... ah... volto outra hora...
[Eu]: *me segurando, deixei escapar um sorriso de canto... foi o estopim...*
[Amigo e Eu]: *rolando no chão de tanto rir. Eu de vergonha, ele de graça mesmo*

Obs¹: Não existe a posição acima citada no Wu Qin Chi, lógico. Mas imagine uma cena bem bizarra, “contorcionística”, tipo nível “advanced” do Yoga... e a minha cara de vergonha...
Obs²: trancar a porta!

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Pucci: hauhauhauaha... verdade! Mas a cara de "cantora sexy" da Flávia, fazendo "chuáááááá" foi impagável! rssss... Bjus ;)
Mary (em Cultivando Tigres e Dragões): Bastante esclarecedor. Eu enxergo essa coisa de que "bad things" são necessárias, e não necessariamente ruins. Isso tem me ajudado muito... eu acho... =/
Mary (em Sobre as Carências): hauhauhauhauha... Quero poder falar isso um dia e fazer "Grooouuuunnnn" também (pra quem não sabe, isso é um "ronronar", como os gatos fazem quando estão felizes =X )...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

People Around Me II

Eu e Flávia falando sobre uma festa que ocorria num clube logo ali na esquina.

[Ela]: E como é? Será que é legal?
[Eu]: É sim... rola uns comes e bebes, e tem também um som ambiental...
[Ela]: *gargalhadas*
[Eu]: O que foi? *riso envergonhado*
[Ela]: Você quis dizer “som ambiente”?
[Eu]: *gargalhadas* issooooo!
[Ela]: Eu já imaginei o som de grilos e uma cantora toda chique fazendo “chuáááá” no microfone...
[Ela e Eu]: *gargalhadas*

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Anônimo: Pois é! Como todas as crianças, teimamos em desobedecer a mamãe... =/

domingo, 5 de abril de 2009

20.000 Léguas Subconscientes

Penso que: assim como todos nós somos oceanos de sentimentos e emoções, perspectivas e projeções, todas as pessoas ao nosso redor também são. Veja bem, OCEANOS... isso implica em muita largura, muito comprimento e muita profundidade! Pare e pense: você acha que tudo aquilo que você pensa é bobagem? Ou que tudo o que se passa pela sua cabeça é fútil mesmo? Será que seus sonhos, seus pensamentos, seus medos, são todos sem propósito? Pois então, o que vem das outras pessoas também não é!

Responsabilidade com os sentimentos e pensamentos dos outros é a pedra fundamental para se desenvolver uma sociedade justa e boa. Respeito para com a vida, medos e aspirações de todos, é o que lubrifica as engrenagens do progresso moral. Será que realmente enxergamos todo cidadão à nossa frente como PESSOA, tão profunda e “sofredora” como nós? E se enxergamos, fazemos a coisa certa para contribuir com ela?

Existem muitas pessoas que não fazem isso. Eu as chamo de “mesquinhas”, ou “egocêntricas”, mas sei que existem nomes bem menos educados para isso. Quando olho pra dentro de mim e percebo que as águas do meu oceano são tão grandes, longas e profundas, que ao contemplá-las nem eu mesmo vejo a outra margem ou o fundo, também penso: que imensidão se esconde dentro das pessoas?

Acredite... no fundo desse oceano podem existir recifes de corais belíssimos... mas acredite também: os famigerados monstros do fundo do mar, que nunca são vistos na superfície, existem. As vezes demora, mas eles sempre vêm à tona, quando seu alimento lá embaixo não é tão abundante...

Mamãe já me dizia na praia: “cuidado onde mergulha, meu filho”! Santo conselho...

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Duas Caras: O Você Me Faz Rir é motivo de orgulho. Não tem que se envergonhar de nada, mesmo!
Karla Moreno: Obrigado, Karla. Seu blog realmente é inspirador! ;)
Duas Caras (No post “Parto de Gravidez Psicológica”): De fato, meu amigo. O problema é cortar este cordão umbilical com nossas “crias”. Quando isso acontece, é doloroso e nos faz pensar “e o que eu vou fazer de agora em diante?”... é aí que você vira imortal! Descobre que o que você acreditava que fosse a sua vida (ou sua morte, quando terminasse), nada mais é do que uma única fase, significante porém não a mais importante, do ciclo todo... e isso é muito bom!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

"Tudo que se mova é um alvo, e ninguém está a salvo"

Recentemente eu li o post “A vida dos outros”, muito interessante, no blog “Sutiã 44”. Nele, a autora do blog, anônima, fala sobre seus amigos de serviço que descobriram seu blog, um espaço onde ela fala de coisas particulares. Até aí tudo bem. Mas o povo resolveu tecer comentariozinhos no serviço e ela virou celebridade do dia pra noite.

De uma forma negativa, algo parecido aconteceu comigo.

Recentemente, numa conversa de MSN com uma pessoa que há muito tempo não conversava, deixei claro alguns pontos a respeito dos meus valores morais e éticos, e meu descontentamento com sua postura. Resultado: esta pessoa tirou alguns “print screens”, de trechos bem ambíguos, e distribuiu nos e-mails de pessoas de minha cidade.

Hoje eu recebi uma ligação, de um dos meus superiores, que teria recebido este e-mail. Eu estou sentindo na pele os efeitos da [má] fama... Mas ainda vou sentir dó da pessoa que fez isso... Sou do bem, e sei usar muito bem as ferramentas que estão ao meu redor.

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Da Silva: Funciona não, cara. Essa combinação me faz cometer certos "bafões"... tipo, dançar forró... T.T
Anônimo: É uma escolha sua. Respeito isso.
Pucci: Mah, não seja maldosa. Héteros também são gente! rssss
Coisinha: Sorry... é que este post foi feito ao meio dia, o horário não permitia.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Pizza, Vodka, Techno e Índia

Tudo começou com uma pizza. Três convidados. Três convidadas. E eu. Em seguida veio a Smirnoff. E depois a Sprite. E os limões. E depois a Skol. E a Smirnoff de novo, com Sprite e limões. E essa abertura nunca funciona bem...

E então veio o techno. E sumiram os sofás. Fez-se a pista. E veio a dança. Ah! A dança... E depois veio a sacada. E os corpos suados. O corpo torneado. Pele morena. Cabelos longos e negros como a noite. Fios brilhantes como a lua prateada. Um olhar inocente. A imagem de uma índia completamente pura, do interior da Amazônia. E o sorriso branco, safada. E os lábios vermelhos de cobra coral. E os olhos pretos de jabuticaba. E uma proposta que eu achei que nunca ouviria de uma mulher...

Ela sabia quem eu era. Ela sabia como eu era. Mesmo assim brincou com meus sentimentos. Ela brincou com meus hormônios. E eu mostrei a ela um lado meu que nunca mais tive contato. Ou tive, mas esqueci. Ou tive, mas quis esquecer. Ou nunca tive, mesmo. O fato é que éramos apenas nos dois... e eu estive a dois passos do paraíso.

Tudo começou com uma pizza. E essa abertura nunca funcionou bem...

Parto de Gravidez Psicológica

Eu acho que estive grávido. Ou talvez fosse um câncer no meu útero. Não, de verdade, eu estive grávido.

Então eu pari e cuidei de minha cria. Dei sustento, provimentos e remédios. Cuidei de minha criança como um bom “mãe”. Levei para passear, brincar, mostrei os perigos da vida. Ensinei tudo o que podia ensinar. Estudei e eduquei como pude também. E meu bebê cresceu e se tornou uma grande pessoa. Mas eu envelheci. E eu definhei. E minha criança foi pro mundo. E eu fiquei aqui, velho(a) e sozinho(a).

Eu fui um bom “mãe”. E minha cria está se comportando como uma boa “filho”.

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Pucci: De nada, pelos Selos. E eu acho que nunca vou me acostumar com a solidão. Sou um ser social... completamente dependente de pessoas ao meu redor... =/
Duas Caras: De fato. A internet nos “distrai” da solidão. Mas nada substitui o contato físico. Obrigado pelo comentário.
Da Silva: realmente... Pensa-se que muitos homens sob o mesmo teto, vira farra. Aqui não é bem assim. Bem... as vezes é sim. Rsssss
Karla Moreno: Eu tenho fobia de solidão. Sempre faço merda quando fico muito tempo sozinho. Piro mesmo... =/
Cah: Pra você ver. Diz o ditado que “hora que a água bate na bunda, a gente aprende à nadar”... digamos que eu pulei na água sem bóias propositalmente. Tem sido uma lição difícil...
La Corleone: Sabe, reza a lenda que um Rei queria descobrir qual era o idioma de Deus. Então ele pegou alguns recém nascidos e trancou num quarto, onde recebiam os cuidados de amas de leite mudas. Ele achava que as crianças começariam a se comunicar por meio desse tal idioma... Bem, nenhuma delas desenvolveu o sistema imunológico, e lógico, não cresceram até terem idade para falar. Acho que no futuro, nossos netos serão frágeis e precisarão de muito cuidado... talvez isso ensine uma liçãozinha sobre individualismo para a humanidade, não?