quarta-feira, 28 de abril de 2010

Pés Cansados (Sandy Leah)

Acho que de tudo o que poderia ter acontecido, já aconteceu. Muitas aventuras, muitas desventuras, muito caminho que eu não precisava ter trilhado, e eu, teimoso, trilhei. Fui agindo e reagindo da maneira como julguei apropriado, da melhor forma possível... fui fazendo aquilo que achava certo, e hoje vejo tantas coisas em que venci e tantas outras em que errei.

Meus olhos contemplaram crimes dos quais não se fala em Leis. Vislumbrei momentos que eu realmente não precisava ver. Coisas cruéis e daninhas, daquele tipo que lambe a alma como uma língua de fogo, e derrete o caráter como veneno. Por alguns momentos eu pensei que fosse sucumbir à tanta maldade, e deixar essa crueldade toda me consumir. Eu achei que não fosse agüentar por muito tempo, depois de tudo que vi...

E agora, com meu corpo lacerado por mordidas de dragões e garras de tigres, quando eu estava quase sem forças, pronto para desistir, encontrei você. A princípio eu estava assustado, deprimido, ferido e arredio. Eu negava e reprimia qualquer forma de carinho dirigida a mim... tinha medo de me magoar, só precisava ser protegido. Mas seu toque despretensioso em minha perna, numa tarde de domingo, denunciou para meu íntimo quais eram as suas intenções.

Não sei exatamente o que havia naquele toque suave, em forma de carinho, meio tímido e escondido... talvez este seu toque tenha sido feito de algo balsâmico. Não sei. Mas depois de tanto me rastejar entre becos e campos de batalha, só deixei tudo para trás e me entreguei... e pensar que eu quase desisti!

Eu já havia lutado tanto, sofrido tanto, chorado tanto... em algum momento desse trajeto eu cheguei a pensar que a vida era cinza. Meu coração endureceu sobremaneira e quando vi, estava sozinho e ainda vivia... mas num mundo sem cor. E foi sem medo algum que você despiu minhas incertezas e me fez te pertencer.

Agora? Ora veja só: “meus pés cansados de lutar / meus pés cansados de fugir / os mesmos pés cansados voltam pra você”. Tudo isso era para eu terminar nos teus braços. Eis minha vitória.

sábado, 24 de abril de 2010

Maybe This Time (Liza Minnelli)

Eu não quero repetir erros de um passado mórbido. Não quero cobrar “felicidades prometidas” por outras pessoas. Não quero sonhos já sonhados. Quero tudo novo, de novo. Novas formas de gostar, adorar, trabalhar, divertir, curtir, sorrir, chorar e amar. Desenvolver um novo conceito em ser, em existir. Não vou repetir velhos padrões de comportamento.

Vida nova! Carreira nova! Pessoas novas! Alegrias e tristezas novas! Não preciso de um passado pra correr para frente. Eu só preciso de um objetivo. Meu objetivo, agora, é ser eu. E não vou repetir velhos padrões de comportamento.

Eu sei quem eu fui. Sei, também, que isso não deu certo. Não adianta eu repetir a mim mesmo que dessa vez será bom, e que posso fazer “isso” acontecer. Isso é burrice! Não preciso errar duas vezes para acreditar que não vai dar certo da forma como fiz. É bom eu aprender logo a fazer as coisas diferentes, de forma nova. É melhor eu me melhorar. Aprimorar. Não vou repetir velhos padrões de comportamento.

Eu sei quem eu não sou. Sei do que eu não gosto. Sei do que não abro mão. Sei o que quero falar, e quer saber? Vou falar! Sei o que me irrita, sei o que me constrange, sei o que me dá medo e dor. E quer saber? Vou me defender. É tudo muito amargo, mas eu não preciso ser aquele que tudo adoça, toda vez. Não mais. Eu não vou repetir velhos padrões de comportamento.

Definitivamente, não vou repetir.

segunda-feira, 19 de abril de 2010

Só não se perca ao entrar no meu infinito particular

Pronto... agora você está conhecendo o melhor e o pior de mim. Me pegou no melhor momento de minha vida, vivendo as melhores aventuras, os mais belos sonhos. Me viu sendo o mais feliz do mundo. E ao mesmo tempo, me viu irritado pelos percalços, e me viu tenso pelas derrotas temporárias. Você me viu frio, morno e quente. Viu o que há de pior em mim e também meu tesouro.

Não sei se reparou, mas pra você, eu fui eu. Acho que desde o começo eu não quis te impressionar. Ok, eu confesso... quis sim! Mas foi você quem me impressionou primeiro, e eu fiquei com medo de ser ou fazer alguma coisa da qual você pudesse não gostar. Então, só fui vivendo eu mesmo em cada momento. Tenho sido livre e sincero. E no fim, acho que não consegui expressar bem aquilo que sinto. Se bem que, não é impossível entender... não sou tão difícil de ler. Só peço que agora você faça a sua parte, e me observe: não sou especial, sou apenas eu... sendo eu... pra você.

O que sinto por você me faz confiar em seus abraços, onde me sinto seguro. E me faz confiar nos seus sorrisos (eles me acalmam e me dizem que vai ficar tudo bem). Me faz confiar no seu olhar... que juro que ainda me perco dentro deles. O que sinto por você me faz abrir meu coração, minha mente, meu mundo. Não tenha medo de se perder quando entrar no meu “infinito particular”... eu vou te acompanhar, desvendando meus segredos, me fazendo revelar pra você.

Você vai perceber que em alguns momentos serei pequenino. Minha fragilidade se expressará em comportamentos infantis e sem sentido, mas carregados de emoções que no momento não saberei controlar. É como criticar os efeitos especiais de um filme de suspense, apenas para amenizar a angústia que sinto. Tente me observar. E se possível, ria da minha fraqueza. Me mostre que ela não é tão forte assim. Me abrace e me guie. Me mostre que não preciso ter medo. Eu deixo você me mostrar que vai ficar tudo bem.

E você vai ver, também, que sei ser gigante. A garra que uso para defender meus sonhos e realizar meus desejos é tão afiada que pode cortar até mesmo o tempo. Esta é a mesma garra que vou usar para proteger você, suas emoções, seus sonhos e desejos também. A força que sinto que tenho, tão grande e tão adormecida, vai despertar assim que você precisar ou pedir. E não importa o que você quiser realizar ou construir... Serei seu mais fiel soldado. Seu mais poderoso guerreiro. E caso você se sinta frágil também, nenhum mal vai conseguir chegar perto de você, pois eu vou estar lá! Do seu lado! Pro que tiver que acontecer!

Então deixa de bobagem, vem e se declara. Invade meu mundo, e me mostra o seu mundo também. A intimidade é algo que nos levará mais além. Confie em mim, simplesmente porque, eu já confio em você. Eu não tenho nada a esconder, pode ver! É só olhar pra minha cara! Pode até ser que eu faça mistério, mas não há segredos. Vem cá, não tenha medo.

“Só não se perca ao entrar no meu infinito particular”...