terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Unicórnios no meu jardim


Fernando Pessoa é quem tinha razão. Sinto-me tal qual seu pensamento, e vejo hoje que o que há ao meu redor é, também, do mesmo jeito que o poeta descreveu. Não importa o quão perfeito sejamos, o quão românticos sejamos, o quanto a felicidade nos seja um dom nas mãos pronta para ser entregue a quem deseja... somos uma jóia rara – e me desculpem a falta da modéstia – que ninguém consegue observar.

Hoje acordei e olhei pro meu jardim com um sentimento de tristeza. Lá estavam todas as flores, brilhantes, pulsantes e cantantes. Borboletas púrpuras e turquesas polinizavam as belas orquídeas de quase um palmo de tamanho. O perfume era agradavelmente inebriante. E junto dos pequenos anjos que as regavam, vi pequenos unicórnios alados, felizes, beijando as flores com seus chifres mágicos.

Parei por um instante na beirada do meu jardim, com meu All Star vermelho xadrez, e me lembrei de como as pessoas “estranhas” como eu são raras. Fitei os unicórnios e os anjos e pensei: onde estão aqueles que podem contemplá-los? – e me entristeci. Esta é uma vida solitária, ser feliz. Não é todo mundo que está preparado para o sorriso matinal, a gentileza cotidiana e o otimismo ao longo da vida. Não é todo mundo que poderia ficar bem, transpondo os mais altos obstáculos da existência, sempre com êxito excepcional.

Às vezes penso que o mal da sociedade é estar triste, por vontade própria. É uma pena... Eu queria tanto alguém sentado ao meu lado enquanto vejo estes unicórnios. Às vezes eles fazem tanta palhaçada, que choro de tanto rir.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Draw with me



[o] Você pode escrever?
[a] Lógico, dã!
[o] E desenhar?
[a] Sim! ;*
[o] Esta não parece você! [ tábua ]
[a] ò.Ó

-------

[o] Isso foi gelado...
[o] Eu quero estar com você...
[a] Você está comigo!
[a] Há apenas um vidro nos separando!

-------

[a] Você está ok?
[o] ...
[a] Quer desenhar?
[o] "Eu nõa posso masi"...

-------

[a] Pra você!
[a] Desenha comigo!

--------

Há apenas um vidro intransponível entre nós.
A gente pode escrever. A gente pode desenhar.
Mas... It feels cold...
I wanna be with you! Can I go to your side?

Pobre Pierrot que as vezes chora e as vezes sorri



Sabe, às vezes penso que você me usa! E usa tão bem e com tanta maestria, que me culpo por ser tão seu. Às vezes, juro, chego a pensar que seu nome foi criado apenas para que eu repita com lágrimas nos olhos e sorriso bobo na face. Um nome suave, mas que enche a boca como se fosse uma tormenta ou um cabernet sauvignon. Sinto os trovões no céu da boca e as uvas maduras na língua.

Difícil, pra mim, é te ver de longe, assim. Chorando, caindo, sofrendo às vezes, noutras rindo. E não ser aquele quem te acompanha... dói demais. Antes me contentava em apreciar seus olhos num retrato em preto e branco. Agora, que vi as cores da sua pele e senti o perfume caprichoso de sua pele, tudo fica mais difícil.

Vejo imagens e estendo as mãos mentalmente, como se fosse pegar algo. Como se fosse tocar seus cabelos, a areia, a água, seus lábios. Não saber se você está mal ou bem, simplesmente não saber, me atormenta. E confesso: atormentar-me-ia da mesma forma se soubesse. Se estiver bem, vou sofrer, pois sua voz e sorriso élficos são tão lindos, que encheriam o coração dos pobres humanos ao seu redor. Mas se estiver mal, sofrerei, por não estar por perto e te abraçar, e te lembrar que é bom ser criança às vezes, e correr com você pela orla vazia à noite...

Antes de partir, você me pediu para ser a primeira pessoa a ver meu sonho realizado. Pois ele se realizou e está bem aqui, do meu lado. Não mostrei pra ninguém, e nem vou mostrar. Eu o prometi para você, será seu. Espero que goste...

Que bobagem, olho para meu nariz no espelho e sorrio. Estou sorrindo agora, e nem sei o motivo...

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Últimas palavras de um poeta prestes à morrer, de novo!

Alguém já me pediu “amor eterno” e eu não dei. Pois o amor que tenho é tão sagrado, e tão puro, que não ousei dividi-lo com ninguém. Nada poderia interceder no que sinto, posto que é chama que pulsa e incinera as outras certezas. Embora fique restrito ao seu nome, já que não permito vazar pelo mundo este sentimento, é forte o suficiente para consumir a minha alma.

E já me ofereceram toda riqueza e eu não quis. De nada me adianta as coisas da Terra, se a única coisa material que desejo é seu corpo. Livre do que quer que seja que me impeça de sentir o perfume ou os tons caprichosos de sua tez. Quero apenas seus poros em meus poros, sua boca na minha pele e minhas mãos em seus cabelos. Possuir-te, não no sentido de tomar sua vida como posse minha... mas no sentido de estar em sua alma e sentir o tilintar dos metais que carrega na memória, dentro da minha própria.

E até teve alguém que simplesmente quis me adorar, mas eu não deixei. Este poeta louco, amarrado com cordas no meu íntimo, deve permanecer ali, sem platéia. Mato o que sinto todas as manhãs, para que possa me concentrar por todo o resto do dia. Mas cai a noite, e você vem, e eu chego a ouvir sua voz doce e seu riso forte. Seus olhos de retrato em preto e branco me dizendo tudo o que pensa, e o que gostaria de pensar... é quando da escuridão da masmorra, entre celas de desgraçados e degenerados, surge a voz melodiosa do poeta que se põe à cantar...

A verdade é que te quero como alguém que quer morrer de tanto amar. Talvez não morrer, mas transcender a carne e a mente, a alma e o pensamento. Quero te amar tão profunda e vorazmente, que em pouco tempo nossos sonhos se tornem os mesmos e nossas mãos se encontrem sob os cobertores. E descompromissados, nossos risos se soltem pela vila, brincando de voltar a ser criança.

Nem sei se posso ou devo admitir, mas “te amo”, e me faz bem saber amar, nada é melhor. Pois meu sossego se transforma em adrenalina e meu sangue ferve. Minha vida fica mais ativa, meu organismo se desorganiza. As vezes tento dormir, solitário, e sem sono, mas tão feliz por ter você. É bom te pertencer, e as vezes eu nem sei porque...

E eu só quero que você goste de mim, metade da metade do que eu gosto de você. Que ainda assim, já seria muito mais do que alguém possa compreender um dia. Isto seria o equivalente à gostar de alguém ao infinito! Quero que você goste de mim, e deixe o seu amor interceder no meu amor, o seu humor furtar a nossa cor, e sua voz embriagar os meus sabores. E nada será mais bonito que nós dois amando assim...

Por favor, me cale... me beije!

---------------
Este pode ser um dos últimos posts deste ano, já que estou com muitos trabalhos (inclusive viagens! Olha que chique). Aqui a coisa anda apertada, muito trabalho pra fazer, e quase nada resolvido (mas tudo simples de se resolver). Como e durmo no local do serviço pra evitar perda de tempo com deslocamento, e já cogitam de colocar a máquina de café na minha mesa, para evitar que eu me distraia no caminho da mesa à copa (¬¬). Daqui a pouco, penso que vão me alimentar por tubos instalados no meu organismo cirurgicamente, para evitar que eu perca tempo com coisas corriqueiras como almoço e jantar...

Evidentemente este post foi “criado” tendo como base uma música sertaneja (Metade da Metade – Bruno & Marrone), e este também pode ser um motivo para que eu não apareça aqui por algum tempo! Hehehe... Mas em minha defesa, eu alego que esta música parece mais um tango do que música sertaneja, e tango eu gosto.