terça-feira, 28 de abril de 2009

Um pouco de tudo II

[continuação do texto postado anteriormente]

As ruas escuras acalentam minha embriaguez, oferecendo o breu para que eu esconda meus olhos vermelhos sob seu manto. Caminhar sem rumo, sem destino, até um dos próximos bares, talvez me fará bem. Não sinto o frio, nem os socos que tomei. Nem sequer sinto pena de mim. Sinto apenas o gosto do whisky barato que “degustei” a pouco... desejando encontrar um pouco mais em minha saliva.

A saliva corre pela minha boca trazendo partículas de outras coisas que ainda experimentei nessa noite. Uma pele branca, lisa, que cobria peito, costas e um belo par de nádegas. A pele rosada que envolvia seus segredos, mamilos e os lábios. Ainda sinto na boca o amargo gosto do perfume daquela nuca de cabelos suavemente louros e ainda ouço a respiração ofegante daquele par de pulmões que esteve colado ao meu. Fecho os olhos, levo a mão a boca, e degusto minha saliva uma vez mais...

Bobagem!

Sacudo a cabeça, sorrindo, levando a mão aos cabelos, agora empapados do lado esquerdo. Seria a garoa, o frio? Não... era um pouco de sangue. “VADIOS” – eu grito, como se pudesse voltar quatro quarteirões, reaver minha carteira, meu dinheiro, minha jaqueta de couro, minha dignidade de homem. As vezes tão bela, hoje a noite me reservou desastres em cadeia.

É melhor continuar caminhando pelo breu, mantendo o pouco brio.

Comentando Comentários
Obrigado pelos comentários! E vamos comentá-los, então...

Pucci: Obrigado! ^^ "Um pouco de tudo" vai trazer um pouco de tudo, inclusive de mim. Você sabe... Espero que continue gostando... ;)
Pimentinha: Obrigado pela visita, Pimentinha. Espero que continue curtindo...

3 comentários:

Pimentinha disse...

Mateeus enqto lia seu texto lembrei dos textos do Rubem Fonseca 8-)...
textos PAUER! ;)

beijos.

coizinha disse...

mininu, adorei esse!

=O

é bom encontrar alguem que escreve bem nesse universo de baboseiras que é a blogsfera...

Jonatan Bandeira disse...

Mas uma vez o Gole faz essencial, e o narrador trava uma batalha infindável entre sua melhor descrição de fatos: seria a da loura - que não é cerveja - ou a do Wiskey.

Enfim o erotismo inebriante, no fim tornou-se "tragédia".