domingo, 22 de novembro de 2009

Quelqu’un m’a dit

Estava ouvindo “Quelqu’un m’a dit”, da Carla Bruni, e me lembrei de você – não que eu esteja insinuando algo sobre a letra, que fala “alguém me contou que você me ama” (ou alguma coisa assim), mas é que o francês me faz lembrar de você de qualquer forma. É um desejo secreto meu – melhorar meu francês, e não você – e como você tem tanta relação com esta língua, a ligação é inevitável.

A verdade é que me perdi no meio do emaranhado de acontecimentos. Tantos bons, e tantos nem tanto. E estou caminhando num rumo que desconhecia até então. Por exemplo, a vida tem me arrastado para “fisicamente” mais perto de você, ao mesmo tempo em que sua terapeuta te orienta a me “afastar” de seu coração. O destino, às vezes, é meio sádico, não é?

Entendo que você esteja tentando se livrar de sua obsessão por mim. Acho isso importante, inclusive. Nossas teorias sobre nossos papéis em vidas passadas são tantas, que já não sabemos mais se temos uma amizade, um amor ou um kharma. Esta confusão toda entre suposições, fantasias e ilusões, esta mesclada aos acontecimentos reais, e isso deixa tudo mais difícil de desembaraçar.

Lentamente eu consegui, por exemplo, desligar o cordão que nos ligava. Hoje eu posso chorar de desespero no meu quarto, sem o perigo de receber um e-mail seu, no dia seguinte. Agora tenho um pouco de privacidade para sofrer, sem que você precise sentir aí, do outro lado do mapa. Talvez este seja o motivo de eu estar escrevendo isso agora... sem esta ligação, eu precisava fazer chegar às suas mãos esta mensagem.

Vou respeitar seu momento, sua necessidade de se desligar de mim. Embora meu afastamento inicial não tenha sido intencional... a vida me arrastou para outros caminhos, e quando eu parava para te escrever, alguma coisa me tirava do lugar. E assim fui vendo seu desespero com meu silêncio, sua raiva, até culminar em sua decisão. Então entendi: era o destino me fazendo te dar tempo para decidir alguma coisa.

É importante, mesmo, que organize sua mente e suas prioridades. Eu não posso mais ser um fantasma na sua vida, te impedindo de ser feliz como você escolheu. Então vá, que eu vou também – pra outro lado. Vá e seja feliz, pois eu estou tentando ser também. Viva bem e intensamente, que eu vou estar logo ali, cuidando de meus negócios.

Se te tranqüiliza saber, estou bem. Sem choro, sem sofrimento. Estou me cuidado, e caminhando. Sendo assim, dê paz para si. Me esqueça. E viva feliz! É tudo o que desejo para você.

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Veja bem meu bem, arranjei alguém chamado “Saudade”

Desapaixonado. É, desagradável, dói um pouco, incomoda. Mas é a realidade irrefutável. Estou “desapaixonado”.

Foram-se as flores, os desenhos, os passarinhos verdes. Adeus às músicas românticas, os sininhos na mente, os sorrisos bobos ao longo do dia. Nunca mais – por enquanto – os chocolates, os sonhos, as declarações. É triste dizer, mas acho que não terei mais tremedeiras, palpitações, suor frio nas mãos, bochechas rubras de timidez... nem a típica gagueira do nervosismo. Coração aquietou-se no peito e voltou a ser apenas um órgão vital, e não mais um centro energético que irradiava luz ao meu redor.

Não é que eu esteja sofrendo. Isso, não. Só fico chateado por quem perdeu todo o meu potencial como amante. Não é que eu seja assim, tão excelente... mas eu tinha tanta energia para gastar, e havia ficado tão feliz, que acho que seria capaz de chacoalhar o mundo de alguém. Talvez algumas pessoas se dêem melhor com o tédio. “Fazê o que”?

Agora voltarei a caminhar pelas ruas naturalmente, sorridentemente, apenas desejando felicidade pelo meu próprio dia (e não mais para o meu e o seu). Quem sabe não tropeço, num dia desses, num desses encontros casuais, em uma outra possibilidade de amor?

Não me deixes só.
Que eu tenho medo do escuro.
Eu tenho medo do inseguro,
dos fantasmas da minha voz.
Não me deixes só...

Um comentário:

Cáh disse...

A melhor maneira de comentar isso tudo:

"Nem tudo é como você quer
Nem tudo pode ser perfeito
Pode ser fácil se você
Ver o mundo de outro jeito

Se o que é errado ficou certo
As coisas são como elas são
Se a inteligência ficou cega
De tanta informação

Se não faz sentido, discorde comigo
Não é nada demais, são águas passadas
Escolha uma estrada
E não olhe, não olhe prá trás

Você quer encontrar a solução
Sem ter nenhum problema
Insistir em se preocupar demais
Cada escolha é um dilema

Como sempre estou
Mais do seu lado que você
Siga em frente em linha reta
E não procure o que perder

Se não faz sentido, discorde comigo
Não é nada demais, são águas passadas
Escolha uma estrada
E não olhe, não olhe prá trás"