segunda-feira, 26 de julho de 2010

Faz de conta que não vi...


Enxergo naqueles momentos mais discretos, mais sem propósito, qual era o propósito. Eu vejo nos olhares das pessoas uma realidade que buscam disfarçar. Eu entendo quando dizem alguma coisa pela metade. Ou quando se calam subitamente, tentando disfarçar alguma coisa que iam dizer. Eu vejo tudo isso, e geralmente entendo. Mas finjo que não.

Vivo dizendo que está tudo bem, e que comigo, tudo vai ficar bem. Se me apertar, dou um pouco dos meus problemas, mas não todos. Apenas o suficiente. Como a lagartixa, que deixa pra trás um pedaço do próprio rabo, pra despistar o predador... Não consigo deixar que me conheçam tão completamente, mas gosto de fazer pensar que conhecem.

Por outro lado, gosto de conhecer as pessoas. Seu íntimo, suas idéias, suas amarguras, suas histórias... isso me fascina. E à medida que descubro mais sobre cada uma delas, me deixo ser descoberto também. É uma relação de troca constante... diga-me quem tu és, e eu te direi quem sou. Senão, vamos vivendo nesse baile de máscaras, afinal a música está boa e a bebida é de graça!

Ao contrário da Alice, eu não sigo o Coelho Branco quando ele aparece. Mas ele sempre aparece... uma hora ou outra, eu pego ele, e nem preciso cair no buraco pra isso.

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