terça-feira, 1 de março de 2011

Não foi nada, eu não fiz nada disso!



Vai ficando cada vez mais difícil fazer a coisa certa, é bem verdade. A gente pensa que tem tudo sob controle, que está vivendo o melhor momento da vida, mas na realidade ainda falta alguma coisa. Pode ser que sejam apenas medos e frustrações que ficaram debaixo do tapete enquanto sua vida era uma merda, e você se preocupava tanto em ser forte, que não lhes deu o devido destino (o lixo). E agora, que tudo parece estar começando a ficar bem, e você começa convidar as pessoas para freqüentarem sua casa, surgem essas “arestas”, esses dejetos que estavam escondidos... e você finalmente tem a noção exata de que tudo está virando merda novamente. Foi o que ele pensou quando viu ela pela primeira vez, após seis meses de término.

Ela estava linda, trajando seu habitual jaleco branco de médica. O sorriso alvo, a alegria característica. Isso lhe dava raiva e nojo ao mesmo tempo que preenchia cada brecha do mundo com uma suave e acolhedora luz. Ele tinha ciência de que a vida dela era uma bagunça, e que aquela felicidade também era uma simples pose. Mas ele quis tanto, um dia, que ela posasse ao lado dele... e ela não quis. Maltratou tanto seu coração, que em dado momento, embebido em todo o amor do mundo que sentia por ela, ele terminou o relacionamento. Por que ela não estava preparada para aquilo, e ele tinha necessidades que ela não podia – ou não queria – suprir.

Naquela época ele sofria tanto, que depois de oito meses de relacionamento ele finalmente pensou estar fazendo alguma coisa certa. Embora ainda a amasse, terminar era o caminho mais inteligente, mais acertado. Só assim começaria a mudar sua vida, amar-se mais, cuidar-se mais, e não mais devotar seus sonhos a alguém que pouco se importava com seus sentimentos. Pelo menos foi assim que lhe disseram, e por um tempo, foi assim. Ele prosperou, se tornou mais forte, mais popular, mais decidido. Entre trancos e barrancos saiu do buraco em que tinha se metido e lá estava: inteiro e com um futuro promissor nas mãos.

E bem naquele instante em que a viu rir, voltou a se sentir um idiota. O mesmo idiota que estava atolado em merda, e que mesmo assim a amava mais do que a si mesmo.

Um comentário:

Cáh disse...

Apaixonar-se : Virar um idiota.
Transformar a paixão em amor: Permanecer como idiota.


mas o amor tem destas coisas, tem destas merdas e destas drogas. Vai ver é porque o lixo é enterrado, mas não deixa de existir.

=)


Um beijooo