quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Calada na noite

Na calada da noite, uma voz entorpecida pelo choro, ecoou num grito histérico. Daquele som entristecido, apresentou-se a fúria que grunhia dentro do peito. E numa nota antes não alcançada se fez ouvir. Agora ouça bem, pois este assombro vai ribombar nas cavernas escuras de seu coração, e esta voz que fala de amor e devoção não vai mais chorar, calada pela escuridão.

O seu solo acabou! Não contará mais com a minha participação. Sei que minha voz pode dar mais emoção à canção, então não vou fazê-la mais dormir. Escute bem, pois nessas notas eu estou imprimindo emoção. Nesse timbre trêmulo há, ao menos, muito mais canção do que em tudo o que você já se propôs a fazer.

Tentei de tudo para ser a harmonia nessa pauta, e quis compor para nós uma canção melhor. Mas de tudo, o que restou, foi o pior. Pois em nenhum show, na solidão, alguém se faz brilhar. Sendo assim, cansei! Não será por você que vou virar silêncio. Não será em sua melodia rabiscada que vou estragar minha voz. Não será pelo seu tom grave que vou deixar meu Soul sem alma.

Essa voz que eu pensei ter morrido, explodiu em decibel. Agora sinto as notas do que é minha canção, e quer saber? Ela toca agora sem você! Dos meus arranjos, fluem flores, e não há espaço para seu falsete. Seu timing me atrasou, mas não o suficiente. Pois agora, eu recuperei meu tom, e vou cantar!

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