sexta-feira, 25 de junho de 2010

Quando o dia morre


Sutil, é a morte de um sentimento. Raramente temos a dimensão de que um sentimento está morrendo. Num instante até mesmo um cílio repousado sobre a pele do rosto era um detalhe que chamaria atenção, e provocaria uma tribulação nos sentidos, compelindo-nos à mover forçosamente a mão para livrar um rosto daquele pequeno traço em desarmonia. No outro, um corte que rasgue a peito de cima abaixo, é apenas um corte.

A luz do Sol deixa de tocar os objetos conferindo-os com cores vivas, e torna-se apenas uma luz. O dia azul fascinante e sorridente se torna apenas mais um dia. E a falta de um sorriso diário que provocaria lágrimas copiosas, se torna apenas... comum. Sutileza é o termo que define quando um sentimento morre.

Sensíveis são aqueles que percebem este momento. Notam as cores se desfazendo. Notam os momentos perdendo a importância. Notam os erros que cometeram e como tudo se perdeu por besteira. Por medo. Por insegurança, ou excesso de segurança. Quando morre um sentimento, morre o dia... e toda a semana volta a ter o mesmo sentido que tinha, antes de qualquer coisa nascer no universo. Era apenas um dia.