quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Sobre tempestades, raios e trovões

Ontem à tarde eu olhei pro céu e vi nuvens negras coroando a cidade. Lembrei-me de velhos medos infantis que insistem em nos fazer parecer crianças. Eu vi um raio cortar o céu, iluminando momentaneamente o local onde eu estava, e segundos depois um barulho ensurdecedor fez minha nuca arrepiar. “Eletricidade... magnetismo... positivo e negativo...” – pensei, numa tentativa racional de colocar meu pavor em cheque. Felizmente a idade adulta me ofereceu máscaras com as quais eu ainda consigo manter certo ar responsável e maduro.

Caminhei apressado para casa, como se fugisse da chuva – ora, que mentira! Eu adoro a chuva quando lava minha alma. Entrei em meu quarto com minha melhor expressão de indiferença, mas quando tranquei a porta, despi-me da mentira, e me encolhi sob o edredom. Revivi a cena do medo que sentia dos relâmpagos rasgarem o telhado de minha casa, me obrigando a se esconder sob a mesa da cozinha ou dentro do banheiro, enquanto o teto desabava...

Para aliviar a tensão, coloquei minhas melhores músicas. Aquelas que me deixam em estado de êxtase e elevação espiritual. Talvez tenha sido este meu engano. Fugir do medo, acentuando meus sentimentos... Acho que vibrei com tal intensidade, que atraí algo ou alguém, espiritualmente. Uma ligação me despertou recobrando o norte, mesmo que do outro lado da linha eu tenha “ouvido” apenas o silêncio. O mais curioso é que isso me lembrou que não sou uma criança com medo de trovões. Não mais...

Assim eu me vi homem, com histórias, passado e destino. Tudo bem que eu seja um homem com medo de trovões... não há nada de mal nisso, penso eu! Principalmente, porque, posso me controlar bem o suficiente para olhar pra cima e dizer: “Bah! É só um fenômeno natural...”. Mas valeu a pena receber uma ligação assim, pois me fez olhar pra cima e ver que a nuvem negra que coroava o teto do meu quarto era muito mais perigosa do que aquela que se debruçava sobre a cidade.
Dias melhores virão... certamente...

Comentando Comentários
Obrigado pelos comentários! E vamos comentá-los, então...

Mãeteiga Derretida: É a velha história do copo meio cheio ou meio vazio, né? O quase também tem dois lados... o lado de quem vai até o objetivo (que droga, faltou pouco), e o lado de quem vê do objetivo (parabéns, chegou perto)... =/ ... Nota: Não consigo comentar no seu blog! =(
Tiago Lott: Acho que tudo o que buscamos é a própria felicidade, não? Expressa numa miríade de maneiras, mas sempre é a felicidade de se conseguir algo...

4 comentários:

Mãeteiga Derretida disse...

eu acho que depois que a gente cresce, os medos ficam mais irracionais ainda. Criança é sabida! Sabe que sempre há um adulto que possa resolver... Mas, e quando a gente vira adulto? Quem vai resolver?
Bjinhus
ps: testei a postagem de comentários do meu blog e deu certo... salvei as configurações de novo, acho que resolveu! Gosto de ver vc por lá... :)

TiagoLott disse...

rapais fico massa o layout deu um Q de científico eu acho.auhau

Da Silva disse...

Ter medo de alguns fenômenos naturais não só é compreensível, como também é sábio. Eles existem para mostrar o quanto somos pequenininhos diante desse mundão. Mundo que revidará com força se não cuidarmos dele.

Zeus, Thor, Iansã... não é à toa que muitas culturas têm divindades relacionadas aos raios e trovões. Putz, acho que eu bebi muito, estou filosófico hoje.

forte abraço

Pimentinha disse...

Dias melhores virão... certamente...
((sempre)) :D
...tão bom voltar aqui. :p
bjuh