quinta-feira, 23 de julho de 2009

This corner of the Earth is like me in many ways


I know this corner of the Earth smiles in me

Quando entrei naquele bar, vi que ele estava morto. As luzes pulsantes, a música pulsante e a pista fria careciam de expressão. Senti que, de alguma forma, eu poderia contribuir... então deixei que o lugar tomasse meu corpo. A pista chamou minha presença, as luzes me convidaram a viajar e a música possuiu meu organismo, provocando movimentos de uma dança que fluía. Senti que o bar expressava-se através de mim, enquanto minha alma se integrava ao lugar. Eu me tornei uno com ele... o bar sorriu em mim.

Quando entrei no quarto, vi que ele estava morto. A cama feita, janela fechada, roupas sobre a cadeira do computador, careciam de expressão. Eu sabia que era minha vez de dar-lhes vida, e joguei meu corpo sobre o colchão, que me abraçou. O edredom me envolveu num beijo terno e o travesseiro confortou minhas lágrimas. A luz do ambiente se tornou parte de minha mente, e se apagou, pois eu era escuridão naquele momento. Senti que eu era o quarto, pois ele era expressão de mim, e eu dele. Eu me tornei uno com ele... o quarto chorou em mim.

Quando entrei no parque, vi que ele estava morto. Árvores imóveis, grama quieta e brisa silenciosa, careciam de expressão. Soube, no instante em que o vi, que eu deveria contemplá-los. De pés descalços me sentei à sombra da árvore, rencostando-me em seu tronco. De olhos fechados expandi minha consciência e me tornei o parque! Senti a seiva que corria em cada espécime arbóreo ou arbustivo, como se fossem minhas veias. Senti o esforço do trabalho das formigas que desciam sobre meu braço. E minha mente dançou entrelaçada com as musas que cavalgavam o vento... cruzando árvores, aquecendo-se sob o sol, resfriando-se sob a sombra, zunindo num coral de grilos. Eu me tornei uno com a natureza... e eu sorri nela, abrindo com minha mente, uma flor!

Compreendi que posso fazer os bares dançarem e se alegrarem. E que o quarto pode me conceder um sorriso se eu abrir as janelas, acender as luzes e trocar as colchas por uma outra de tom amarelo. A natureza? Descobri que aquele pedaço de mundo está em mim, e eu estou nele. Se eu sorrir ali, ela floresce. E onde eu estiver e ouvir um pássaro cantar, saberei, foi aquele lugar quem o enviou com uma mensagem... um sorriso... para que o verde sorria em mim.

O limite máximo do meu corpo, de dentro pra fora, não é minha pele. É onde eu estiver! Eu sou um lugar. O que eu for, meu ambiente será, pois ele sou eu. Eu mudo o mundo com minha mente. O mundo se expressa em mim, se eu deixar. Eu e o universo somos engrenagens da mesma máquina, órgãos do mesmo corpo, centelhas da mesma alma. Somos um.

Comentando Comentários
Obrigado pelos comentários! E vamos comentá-los, então...

Duas Caras: Foi minha intenção jogar meu íntimo pra fora, amigo. Acho que acabei conseguindo... rssss... me livrei do peso que carregava! ^^
Anônimo[1]: É... você tem razão. Por isso me sinto tão livre agora.
Anônimo[2]: Explicações desnecessárias, eu suponho! rssss... Mais claro que já fui contigo, duvido que precise de mais detalhes! ^^ Em todo caso, você sempre lê minha alma antes que eu diga "olá", então acredito que tudo esteja explicado, explicitado, resolvido! Bjus! ^^
Pucci: Nascemos pra ser viscerais, meu anjo, você sabe disso! Tomamos tombos, rasgamos o peito, e nos metamorfoseamos em algo muito mais etéreo e sublime. Já somos felizes! ^^
Cah: Voltei! Voltei pra ficar. Pois não ser eu nunca esteve nos meus planos, e sei que você sente bem o que é isso. Mas este casulo feio que me envolveu foi necessário. Agora estou aqui! Contigo, também. É o amor... fazer o quê?! rssss
Da Silva: Exorcizado, catequisado e domesticado! rssss... Muito obrigado chefia. E sim, escrever é terapêutico A LOT!
comme des habitudes: "Merci"! ^^

2 comentários:

Cáh disse...

ahuah adorei, tanto o post como o comentário da Pucci... srsr



é, me fez ver as coisas por outra perspectiva hj...
justamente hj...
tão hj!
que era o necessário!

beijos

Da Silva disse...

O homem é o seu próprio ambiente. Quantas vezes a gente não se reúne com os amigos, sem nenhuma atração especial, tendo como atrativo único as pessoas ali presentes?

Mesmo o passeio mais monótono, a aula mais chata, a festa mais morna, podem ser tudo de bom dependendo somente de quem está lá.

forte abraço