quinta-feira, 7 de maio de 2009

Um Pouco de Tudo V

Leia também: Parte I | Parte II | Parte III | Parte IV

Então, funciona assim: eu descobri que foi você, e comecei a fumar. Descobri que o tempo todo era você a pessoa que me deixava para baixo, me empurrava para o precipício, e descobri que naquela noite em que senti o seu cheiro dentro do meu quarto de recuperação, você realmente esteve lá. E me envenenou. Você colocou algo em meu soro, e depois disso, o vírus contaminou meu sangue. Foi você. O tempo todo foi você.

Seus cabelos louros não me seduzem mais, pois sei que foi você. Seu corpo esguio não é mais meu desejo, pois sei que foi você. Graças a você ficarei mais um tempo nesse quarto de hospital, e quando eu sair, ainda terei que carregar seu vírus dentro de mim. E pensar que eu te amei, que nós transávamos com tanto prazer e intensidade, que meus olhos ainda ardem com a visão da sua pele brilhando sob a luz da lareira. Que meus músculos ainda estalam. E que eu ainda sinto você, em volta de mim.

Agora eu sei que foi você. O rei negro está com a rainha branca, e eu, rei branco, estou no chão... morto como a rainha negra. E em sua homenagem, acendi dois cigarros, e traguei até o fim, na esperança de transformar este amor em fumaça... tóxica, como você foi pra mim.

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Cáh: Se eu bem te conheço, você entenderá mais rápido do que qualquer alguém. És meu sangue, e isso te dirá o que sinto... como disse muitas outras vezes.

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